«Não há dúvida que Vilhena dedicou à Anatomia Artística um afecto particular e, entre 1905 e 1938, foi coleccionando de entre as obras dos alunos aquelas que julgou de maior interesse e qualidade, num total de mais de duas mil. O volume que agora se publica ilustra bem a liberdade que concedeu aos seus díscipulos e como eles encontraram formas originais de representação que, qualquer que fosse a técnica adoptada, parecem estar animadas de um particular sopro de vida. A Anatomia, aprendida e cultivada por pintores e escultores através de séculos, cumpriu com nobreza o mesmo desígnio, na celebração esplendorosa daquele corpo que os teólogos dizem ser a «imago Dei», isto é, a imagem do seu Criador. [Do texto de João Lobo Antunes]