Vivemos (como sempre assim foi) no período mais louco e mais exaltante alguma vez havido. O devir e o ser, o Caos e Deus são duas faces de um mesmo Real. Permanência e Impermanência coexistem para sempre. A vida quotidiana demonstra, seja qual for o campo (económico, social, científico, cultural, espiritual...), que as antigas estruturas, os antigos paradigmas, já não são operacionais, já nada parece ter sentido, valor ou eficácia. O mundo "iniciático" não escapa a esta regra do tempo: as palavras, os graus, os rituais são vazios (simples conceitos intelectuais ou, no melhor dos casos, devaneio colectivo). Muitas vezes, a operatividade deserta os templos... As reais Vanguardas (seja qual for o seu domínio de eleição), substituindo os sistemas das antigas formas por uma pesquisa e uma práxis, sempre foram testemunho da realidade do objectivo e da vitalidade daqueles que vivem em, pelo e para o Real. "A verdadeira tradição está na vanguarda e, reciprocamente, as verdadeiras vanguardas são tradicionais." De um modo mais geral, a nossa sociedade e todos nós andamos à procura de um novo paradigma que transcenda a dualidade e a não-dualidade. Duas necessidades fundamentais podem ajudar a ir avante: uma visão global e um eixo vibrante. Ilustrações do Interior: Carlos Barahona Possollo Co-Edição Zéfiro &Arcano Zero