Este livro é um exercício de filosofia teológica, como se praticava em tempos antigos e medievais, mas adaptado ao contexto da actualidade e renovado pelas interpelações dos nossos dias. Seria preferível que Anselmo não tivesse formulado um argumento contra o ateísmo, que viabiliza indirectamente o maniqueísmo? Ter-se-ia perdido uma notável porção da história do pensamento ocidental. Mesmo que o ateísmo seja preferível ao maniqueísmo. A questão da autonomia do primeiro princípio não é senão a versão teológica da perene rivalidade entre inteligência e vontade, que disputam soberania no foro da vida humana.