O comunicado n.º0, de 26 de Março de 1962, assinado pelas Associações de Estudantes, relatava os factos que deram origem à Crise Académica de 62, que se prolongaria por mais cerca de quatro meses. De permeio, assistiu-se a uma greve às aulas e aos exames nas universidades de Lisboa, Coimbra e Porto, a muitas cargas policiais algumas com invasão de instalações universitárias, ao pedido de demissão do reitor da Universidade Clássica de Lisboa, Prof. Marcelo Caetano e à prisão, na noite de 10 para 11 de Maio, dos 1200 estudantes que se encontravam na cantina universitária em solidariedade com os seus colegas que faziam a Greve de Fome. Naturalmente que o poder reagiu de forma violenta. Para além da repressão policial directa, expulsou dezenas de estudantes das universidades, chamando outros, intempestivamente, para o serviço militar. E, no entanto, nunca o governo conseguiu abafar a voz dos estudantes ou destruir as suas associações. É de toda esta rica experiência de luta que se fala neste livro, pela voz de muitos dos seus principais intervenientes. As diversas fases da luta estudantil podem ser acompanhadas através de uma completa cronologia que abarca o período que vai de 1952 a 1962.