«Hoje o diálogo não é um luxo ou uma questão secundária. A ubiquidade da ciência e das tecnologias modernas, dos mercados mundiais, das organizações internacionais e das corporações transnacionais, assim como as inumeráveis migrações de trabalhadores e da fuga de milhões de refugiados, para não falar dos turistas, faz do encontro de culturas e religiões algo inevitável e, ao mesmo tempo, indispensável.» Assim poder-se-ia resumir, com as palavras de Pannikar, a ideia central que estrutura este livro: o homem, animal loquens, necessita de diálogo para conseguir uma humanidade plena, não um diálogo exterior, mas sim, e sobretudo, um diálogo interior que aborde as derradeiras perguntas sobre a existência humana. Sobre esta base assenta este livro, a ideia da necessidade do diálogo inter-religioso e intercultural para tornar possível a transformação criativa das tradições históricas. Pannikar mostra assim o caminho do diálogo responsável e aberto como a única via de chegar, numa sociedade individualista como a nossa, a uma compreensão recíproca entre os povos do mundo, que é a base para poder falar de paz e de justiça.