Que viva a música! Graças a essa arte nobre, a mais colectiva e universal, temos agora o património documental de Vila Franca de Xira enriquecido com esta obra de David Santos. Ritmada, desde as ocarinas de 1888 até aos fulgurantes metais do crepúsculo deste século, a vida do nosso burgo desenrola-se perante os nossos olhos, envolta nos torvelinhos da história, numa crónica que, em muito, transcende as claves de sol e as vicissitudes regionalistas. De facto, o enquadramento histórico do século XIX aos nossos dias, sabiamente habitado pelos protagonistas, permite situar o pequeno mundo vila-franquense e perfila a sua identidade no percurso social, político e cultural do paísà (à) Aí está, pois, o Ateneu Artístico Vilafranquense, com o seu pas-sado de mais de um século, a provar com a sua vitalidade a força dum associativismo capaz de resistir aos caprichos das ditaduras e às crises sociais. Álvaro Guerra (Prefácio)