No livro, a força da pesquisa empírica e a paixão pelo protagonismo das populações negras nos espaços das cidades nos trazem testemunhos raros como os do campeão mundial em salto triplo nas Olimpíadas de Helsinque, na Finlândia, em 1952 e em Melbourne, na Austrália, em 1956, o paulista Adhemar Ferreira da Silva, aos 73 anos: Por exemplo;eu sei que a ida daqueles que moravam e trabalhavam na Barra Funda e Bela Vista também era um grande reduto de pessoas negras, eles foram atraídos por um anuncio da família Peruche que dava um terreno de 11 metros de frente e 42 de fundos;eles davam uma casa, era simplesmente um quarto e cozinha e tinha no quintal um poço, um tanque e uma privada. E depois cabia então as pessoas que ali estavam dentro das possibilidades de pagar as prestações mensais, tratar de murar (...)Vozes como estas demonstram que a segregação racial no território da cidade é verídica. Porém, os enfrentamentos e resistências são vitorias emblemáticas que devem se inscrever nas políticas para o século XXI.Assim sendo, este livro parece ser leitura clássica e obrigatória para aqueles que acreditam que os territórios das cidades pertencem a todos os tipos de populações do mundo com direitos a igualdade racial inerente à espécie humana.