Este livro estuda tres aspectos da filmografia de Portugal, pequeno país na margem ocidental da Europa e antigo colonizador do Brasil: dois capítulos da sua história, a sua indiciplinaridade e, ainda, boa parte da obra de Manoel de Oliveira, o seu mais velho, mais famoso e mais prolífico cineasta. Oferece assim um olhar inédito sobre dois momentos históricos significativos: o Novo Cinema portugues, que surgiu no início dos anos 1960 e se estendeu até o final dos anos 1970;e a década de 1990, que constitui outro ponto de viragem, como resultado da consolidaçao da redemocratizaçao desde 1974 e da adesao do país à Comunidade Europeia, em 1986. Baseando-se na irreverencia estética-política de muitos de meus filmes, introduz ainda o filme indisciplinar como novo conceito dos estudos de cinema, apresentando-o como alternativa ao filme-ensaio. A obra de Manoel de Oliveira, expoente mais notório deste tipo de filme, é ainda analisada sob outros angulos: a sua abordagem da expansao europeia e a sua equaçao entre condiçao humana e as mudanças geopolíticas que acompanhou ao longo da sua vida, do Império mais velho europeu à membro da Uniao Europeia e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.