Tennessee Williams foi o dramaturgo de maior sucesso comercial nos Estados Unidos, com 11 peças na Broadway (Um bonde chamado Desejo, Gata em telhado de zinco quente, etc.), muitas delas sendo adaptadas para o cinema por Hollywood. São esses trabalhos que têm definido sua popularidade. No entanto, em Nem loucas, nem reprimidas, Luis Arnaut se propõe a analisar as peças pós-canônicas do dramaturgo, suas late ou later plays: The Mutilated, I Can´t Imagine Tomorrow, A Cavalier for Milady, Kirche, Küche, Kinder (An Outrage for the Stage), Now the Cats with Jewled Claws e The One Exception.Com um olhar aguçado e atento às armadilhas criadas pela crítica hegemônica, o livro desmonta discursos depreciativos e preconceituosos sobre a produção de Williams, na qual o dramaturgo mantém a vitalidade da criação de personagens, diálogos e formas, recusando-se a repetir fórmulas que o consagraram. O objetivo de Luiz Arnaut é investigar as personagens femininas nas peças de Williams, sua abordagem e conjuntura a partir de um aprofundamento social, histórico e político que se afasta da leitura hegemônica das obras canônicas do autor, de realismo psicológico, biografismo e glamourizadas pelas versões fílmicas hollywoodianas.A pesquisa de Luis Marcio Arnaut é uma importante contribuição para repensar a leitura tradicional da obra de Tennesse Williams no Brasil e fornecer uma nova compreensão do impacto global de um dos maiores dramaturgos dos Estados Unidos.